Na «Mala das Histórias 4», destinada ao 4ºano, viajou o livro «O Burro de Buridan», de Luísa Ducla Soares com ilustrações de Eunice Rosado, um mini-cesto e uma mola verde.
Lido o livro, aqui estão as quatro histórias e as ilustrações que o Alexandre do 4ºA, a Carolina do 4ºB, o Ricardo do 4º C e a Juliana do 4ºD construíram em conjunto com os seus familiares, com imaginação e inspiração de verdadeiros poetas!
Esperamos que esta atividade tenha dado tanto prazer aos leitores-escritores que aceitaram o desafio da Biblioteca Escolar, como a nós, que adorámos estas histórias! (A autora, Luísa Ducla Soares, também tem motivos para ficar orgulhosa da inspiração que o seu livro lhes despertou...).
Pela equipa da Biblioteca Escolar,
Isabel Carvalho
(professora bibliotecária)
O BURRO DESCONTENTE
(história nova, com algumas das personagens originais)
Numa aldeia da Beira Alta, em
tempos muito antigos, havia um lavrador que tinha um burro para transportar
todas as coisas que cultivava nas suas herdades ao longo do ano e ia vender à
cidade.
O burro não gostava nada dos
trabalhos que fazia.
Chegava a Primavera e o dono
carregava-o com cestos e cestos de flores, e lá ia ele para a cidade, todo mal
disposto, fazendo preces para que a Primavera acabasse depressa para não haver
mais flores e passar o resto do ano a pular na relva.
A Primavera acabou e começou o
Verão. Um Verão quente e seco.
E então o burro, em vez de carregar
flores, passava o dia inteirinho às voltas de uma nora, debaixo dum sol
ardente, a tirar água para o lavrador regar as plantas.
Aborrecido com a sorte, fazia novas
preces para que o Verão acabasse depressa e viesse o Outono para poder
descansar.
No Outono, o lavrador, senhor
Agostinho, pôs o burro a transportar para a cidade batatas e hortaliça, para
vender na praça. E o pobre do burro, dizendo ainda mais mal da sua sorte,
pensava: “- Ai este Outono que nunca mais acaba para começar o Inverno e eu
poder dormir descansadamente na minha corte!...”
Mas o Inverno chegou finalmente, e
com ele o frio e a chuva, e o Agostinho começou a levar para a cidade no seu
burrinho grandes molhos de lenha e carqueja para os senhores ricos comprarem e
se aquecerem.
E então, o burro descontente, cheio
de frio e molhado, começa a pensar: “- Quem cá dera a Primavera, pois não há
chuva nem sol ardente, e as flores pesam tão pouco e cheiram tão bem!...”
História
da autoria de:
Alexandre
Ferreira Figueiredo, 4ºA
António
Pais (Avô materno)
A história da Carolina, do 4ºB, veio neste livrinho. Apeteceu-nos logo abrir o fecho-lacinho!
As indecisões de Buridan
Era uma vez um
sábio chamado Buridan e o seu burro.
O sábio gostava
de andar de terra em terra e dar lições às gentes que encontrava.
Certo dia
chegaram a uma terra chamada “ Para lá das nuvens”. Chamava-se assim porque quem
lá vivia gostava de viver sem preocupações e sem indecisões. Até ter aparecido Buridan,
e mudar tudo.
Era um homem
muito sábio, mas também muito indeciso, que complicou toda a vida daquela
gente.
Para o
receberem deram-lhe dois cestos de
belas frutas, mas Buridan não conseguiu escolher de qual dos cestos iria comer.
Também lhe
deram dois belos pães acabados de cozer. Mas Buridan também não sabia qual
comer primeiro.
No meio de
tanta indecisão o pobre Buridan perdia as forças, com tanta fome.
Por ali passou
uma menina muito indecisa, tal como ele. Não conseguia decidir entre dois belos
vestidos cor-de-rosa, qual deles devia levar para a sua festa.
Entretanto
Buridan costumava dar o exemplo do seu burro para tentar ajudar as pessoas nas
suas indecisões e também para desviar as atenções dele próprio.
-Querem ver o
que acontece a quem é indeciso? O meu burro tem dois fardos de bela palha e não
consegue decidir qual comer. Estão a ver?!
Ora o pobre
burro só não comeu para não deixar o seu dono ficar mal visto.
O burro, que só
era burro de nome e estava farto das indecisões do seu dono, resolveu mudar de
vida.
- Antes burro
vivo que Doutor morto! - disse o animal, saltando dali como se tivesse molas
nas patas.
Saltou,
saltou….E mostrou a toda a gente o valor da liberdade, e que não há dinheiro
que a pague.
-Sem ela, como
podíamos tomar as nossas decisões? - disse o burro para toda a gente ouvir.
Depois
dirigiu-se ao cesto das frutas do seu dono e comeu até não ficar nada! Afinal o
burro era mais esperto do que nós pensávamos.
Avançou sem
medos e foi recompensado. Depois correu pelos montes para sentir o sabor da
liberdade. Nunca mais o burro teve uma indecisão, nunca mais pensou no que
fazer primeiro.
- Vou por aqui?
Ou será melhor por aqui? Afinal eu sou livre, posso ir por onde eu quiser e
depois logo se vê onde vou parar.
Enquanto isso
Buridan estava perdido sem o seu burro. Não sabia por onde começar a procurar.
Então pensava….
-Vou por aqui,
ou será melhor ir por ali?
Até que acabou
por adormecer exausto, ali ao relento.
Afinal o burro
indeciso só existia na imaginação de Buridan, o seu dono. Com tanta indecisão
Buridan acabou por perder o seu companheiro.
Uns dias mais
tarde, farto de procurar sem sucesso, acabou por encontrar outro burro para lhe
fazer companhia e o ajudar a ser mais indeciso do que ele já era.
Carolina Costa Fernandes (4ºB) e a mãe, Ana Paula Costa
História em Verso
Buridan era um filósofo
que passava a vida a pensar.
Andava de terra em terra
a dar lições e a ensinar.
Era dono de um burro
que não gostava de pensar,
mas fazia de tudo,
até um cesto carregar.
Na hospedaria entrou
e viu um jovem a chorar,
estava numa indecisão
sem saber que mulher amar.
De mola verde na mão
Coitado do burro!
Nele foi experimentar.
A esperta estalajadeira
uma partida lhe pregou
e um belo manjar
nessa noite lhe preparou!
Buridan sem solução,
teve que pagar a dobrar,
foi o custo da indecisão
e da mania de pensar.
ouviu a mulher a murmurar.
Quando viu o que o esperava
deixou logo de hesitar.
O burro desatou a galope
e ao pé do regato parou.
Era o seu dia de sorte!
O seu amor encontrou.
Buridan sem montada
um livro quis escrever,
mas nenhum burro com juízo
o irá querer ler!
Ricardo Duarte, do 4ºC
Com a ajuda do pai
O Burro de Buridan
(Continuação da
história)
Certo dia, o
burro andava a passear e viu uma burra quase igual a ele.
Quando ia passear,
levava sempre com ele um cesto e uma mola com o número dois, mas o
burro não sabia o que significava aquele número da mola.
Quando viu a
burra, apaixonou-se e depois foi-lhe perguntar como é que se chamava. Ela
respondeu:
- Eu chamo-me
Floribela e tu?
- Eu chamo-me
Buridan.
A burra
perguntou-lhe se gostava dela e o burro disse que sim. Então a burra apaixonou-se
e casaram-se os dois.
Então, a partir
desse dia, o burro já sabia o que significava a mola com o número dois , era
para se apaixonarem e se casarem, assim ficariam a ser um par.
O burro foi com a
burra para a praia e viveram felizes para sempre.
Juliana, 4ºD, com o irmão, Ângelo
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